A prática pedagógica com deficientes mentais é marcada por um aprofundado conservadorismo que hoje são ultrapassados. Quando se observa a rotina das classes de educação especial, vemos formas estereotipadas de trabalho por parte dos professores, provocando assim a indiferença dos alunos.
A discussão sobre a necessidade de uma mudança curricular acontece com freqüência mais ainda não surtiu o efeito desejado.
Temos hoje alguns educadores que realizam alterações em seu modo de trabalhar, mas não documentam e nem divulgam suas atividades, compartilhando-as com a comunidade, o que produziria efeitos mais sólidos. Desse modo, mudar em educação é considerar a vontade dos profissionais envolvidos com a educação a repensarem quais são os fundamentos que sustentam a sua prática e conseqüentemente mudarem a si mesmos.
O aspecto lúdico e prazeroso do brinquedo e do jogo não se encaixa com as visões tradicionalistas de educação que prioriza a disciplina, o alcance do conhecimento e a ordem. Esta dificuldade de olhar de modo inovador contribui para limitar as ações que efetivarão as mudanças nas práticas pedagógicas utilizadas com crianças deficientes.
Quando o professor construtivista estimular, promover oportunidades de o aluno deficiente realizar trocas com o meio social que a todo o momento desafia e provoca ele se torna enfim um intercessor que auxilia na busca de soluções para os conflitos cognitivos, e deixa de ser um detentor de autoridade e saber.
É preciso ter consciência dos limites da utilização do jogo na atividade pedagógica, rompendo com a visão de que o jogo seria uma cura para todos os males.
Vygotsky nos traz um importante aporte com o seu conceito de “zona de desenvolvimento proximal” que significa a distancia entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial da criança. O jogo vivido pela criança deficiente mental permite a diminuição desta distancia e a concepção do papel do professor, porque ele sendo um mediador será exigido dele coerência e comprometimento.
O professor é responsável pela arrumação do espaço físico e lúdico. Essa organização deverá estar coerente com a capacidade da criança, seu ritmo e nível de desenvolvimento para não limitá-la a um mundo figurado e exclusivo.
O currículo deve corresponder à visão que o professor tem sobre o aluno, suas características e necessidades. Portanto uma organização curricular para deficientes mentais deve considerar aspectos que privilegie condições facilitadoras de aprendizagens que o jogo contém nas suas diversas esfera como afetivo, social, perceptivo-motor e cognitivo.
Se tais intenções estiverem mencionadas na proposta curricular, certamente serão atingidos os objetivos pretendidos e promover a autonomia moral e intelectual do aluno.
Conclusão
O aspecto lúdico da educação como jogos e brinquedos não se enquadra com a educação tradicional, pois os seus pilares são: aquisição de conhecimento, disciplina e a ordem na sala de aula. Trabalhar com a diversidade seja cultural, social, ou deficiências físicas, nunca foi fácil, porém essa é a batalha diária de quem educa. O professor deve criar desafios para o aluno desenvolver no seu conhecimento, estabelecer dele o viável, o possível, estimulando-o sempre dentro das suas possibilidades, para que ele possa criar as suas expectativas e o estímulo para o seu descobrimento quanto um ser humano capaz.
Na educação especial iremos deparar com numerosos casos e níveis de deficiência, e somente o professor que está vivenciando o dia-a-dia com o aluno saberia interpretar as suas possibilidades no aprendizado. Para uma educação inclusiva os jogos são importantes na organização do currículo para deficientes pois neles encontrará um meio apropriado para a execução das tarefas ligadas a aprendizagem, pelo caráter que promove.
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