O filme conta a história de um menino que vivia na floresta e não tinha contato com nenhum ser humano. Devido a essa falta de convivência com o homem, esse menino não desenvolveu a fala, não andava ereto e só reconhecia o som das nozes caindo no chão, porém desenvolveu muito o olfato.
Um dia o menino foi capturado por algumas pessoas e foi mandado para uma Instituição que abrigava e cuidava de deficientes. Fizeram uma avaliação para descobrir qual era a deficiência do menino chegando assim a várias teses. Na verdade era absurda a avaliação feita naquela época para identificar se uma pessoa tinha deficiência e qual deficiência possuía. Diziam que o menino ouvia, mas não escutava, pois escutar é o aspecto afetivo, cultural, emocional da audição, é dar tempo para interpretar aquilo que está sendo ouvido e ouvir é um ato mecânico. Para escutar é preciso fugir das distrações e manter a concentração, coisa que o menino não tinha. Chegaram a falar que ele era menos que um animal, não iria aprender nada até que um médico Dr. Jean Itard decide cuidar dele e ensinar-lhe algumas coisas.
Ele consegue a guarda do menino e um subsidio mensal que é dado para a sua governanta para lhe ajudar com a casa e com o menino. O Dr.Jean Itard começa a alfabetizar o menino e dá-lhe o nome de Victor. Usou a teoria sensualista de Condillac; uma teoria mecanicista pela qual a vida mental funciona a partir das sensações. Durante nove meses que ficou ao lado do Dr.Itard, Victor manifestou sentimentos e um deles através do choro, aprendeu o alfabeto e algumas palavras que eram associadas a gravuras oferecidas pelo Dr. Jean.
Observa-se também que o Dr.Jean usa muito a teoria de Skinner, o estímulo-resposta, uma vez que ele recompensa Victor cada vez que ele acerta os testes e o pune cada vez que ele erra. O médico percebeu que Victor não era surdo e tinha uma maneira de se comunicar, mas não deu muita importância para esse fato, preocupando-se em apenas alfabetizar o menino. Usa vários métodos para alcançar seus objetivos, alguns exercícios para Victor articular fonemas, faz testes para a memória, mas nada dá o resultado esperado pelo médico que fazia o menino estudar de manhã até á noite, deixando-o cansado e estressado.
Victor até começou a fazer grafismos com giz, inventou um suporte para giz um grande avanço na concepção do médico, mas ainda não era o que ele desejava. Victor um dia resolve fugir e passa vários dias na floresta, mas ele não consegue mais sobreviver lá, pois acabou perdendo as habilidades que tinha. O médico pensa que ele não voltará mais para casa, mas passado pouco tempo, ela acaba voltando. O médico por sua vez, chega á conclusão que Victor tem consciência do justo e do injusto dá provas de atenção e memória, mas não vai desenvolver a fala, apesar de todo progresso que ele teve o menino falou apenas uma palavra “leite” e desiste do tratamento. Relatos dizem que o menino cresceu aos cuidados da governanta Madame Guerin e faleceu ainda jovem em idade.